domingo, 31 de janeiro de 2021

Crônicas do Novo Normal: Manual de fuga do verão



Hoje fez mais de 34 graus aqui em São Paulo, sem vento nem nada, parecia que a cidade inteira estava com febre, sofrendo. Todo ano, entre Janeiro e Fevereiro isso acontece e eu, que moro aqui a mais de 5 anos, não tenho a menor ideia ainda de como reagir a este inferno. 

Quer dizer, eu tenho alguns planos meio falhos, sendo o de sentar em frente a um ventilador o mais comum (é da marca Mondial, se serve de indicação). O sucesso dessa empreitada desesperada é sempre dúbio: se de um lado eu realmente me sinto mais refrescado, por outro é só sair do raio de ação do eletrodoméstico que o calor bizarro retorna, e o corpo não abe muito bem como lidar com isso. Ademais, vem o calafrio de se lembrar da conta de luz que vai vir no final do mês - mas como isso já dá um certo arrepio, conto como uma ação positiva no combate ao calor. Refrigério é refrigério. 

Em dias como esse, é necessário seguir a prática aperfeiçoada dos brasileiros, que é tentar se distrair e ignorar o problema até ele ir embora. Música, nesse sentido, ajuda bastante; se você escolher, por exemplo, uma trilha de rock gótico ou coisa assim, pode fechar os olhos e até quase vislumbrar um castelo medieval feito em pedra.... a chuva lá fora, intermitente.... raios iluminando os salões... e o frio que tudo isso traria! Uma tática que exige muita imaginação, por certo, sem contar um conhecimento de mais bandas góticas que só The Cure. 




Você pode também apelar para uma música dançante e se sacudir todo/a pela sala de estar de sua residência, suando em bicas, para em seguida prostrar-se em frente a um ventilador e aproveitar o ar-condicionado natural que é uma pele molhada tomando vento. Existe, é claro, um risco forte de desmaiar, mas novamente conto isso como uma vitória - afinal, são menos alguns minutos num calor insuportável!

No fim das contas, pelo menos aqui na Pauliceia Desvairada, o truque é aguentar até o cair da noite, e a subsequente queda de temperatura. Então você deita na cama, faz lá suas orações, e dorme sonhando com montanhas frias e /ou boas brisas sentidas numa caminhada à beira-mar.... sonho que acaba assim que você acorda e sente sua pele toda preguenta! Águas de Março, venham fechar o verão com urgência!


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