domingo, 17 de janeiro de 2021

Crônicas do Novo Normal: A culpa não é das estrelas



O Amazonas sufoca. Milhares de pessoas passando por uma necessidade extrema, a de respirar e não poder, pois não há oxigênio em tanques para os que estão entubados nos hospitais de lá. Vimos nessa semana como a solidariedade pode alcançar um nível incrível: artistas e pessoas buscando tentar ajudar essa comunidade, se esforçando ao máximo. Acabei de ler, por exemplo, que Gustavo Lima doou 150 tanques de oxigênio para Manaus; antes dele Whindersson Nunes se mobilizou também, e muitos outros.

Acho isso bonito, essa devolução para a sociedade. Esses são artistas que se solidarizaram e foram atrás de tentar resolver o problema. Mas sabe quem deveria ter feito mais? Isso mesmo, o presidente. Que preferiu dizer que já tinha feito tudo o possível e culpou a situação lá numa falsa falta de uso preventivo de um remédio que a própria Sociedade Brasileira de Infectologista (SIA) diz não ter nenhuma comprovação de efeito que evita o Corona. Ou seja, é um Presidente que como sempre, prefere ser um idiota a fazer o certo. 

Mas eu, por incrível que pareça, não vim falar de Bolsonaro, ou de seu ministro fantochinho, repetidor das palavras daquele que enfia um braço em seu traseiro. Eu na verdade, vim falar de quem está por trás dessa crise toda. Sim amigos, existe um poder causador disso tudo. Desde o começo, é possível ver esse poder agitando as coisas para a doença aumentar, se expandir; desde até 2020, talvez até antes, vemos esse sujeito oculto agindo, criando todo o contexto para que crises com a de Manaus, a de Macapá no ano passado, e até mesmo toda essa tolice que estamos passando na espera pela vacina, sejam ainda maiores do que normalmente seriam. 

O nome deste agitador, deste criminoso, é a própria população brasileira. 

Palavras fortes? Como dizer então, das pessoas que se juntaram para reclamar de uma abertura em Manaus, coisa de duas, três semanas antes desta crise toda acontecer? E das pessoas que se aglomeram nas praias no Rio de Janeiro, da Baixada Santista, e tantas outras ao redor do país? Ou quando abre uma loja de roupa, e as pessoas resolvem fazer fila , em plena pandemia, para comprar coisas que não são EM ABSOLUTO essenciais? Ou que tal as pessoas que agora, neste momento, estão já se ajeitando para a festinha de domingo, que já planejaram tudo para quando a polícia vier, fazerem silêncio, para evitarem prisões e dispersão da comemoração maldita? 

Veja, não falo aqui dos trabalhadores que são forçados a ir lá fora, enfrentar este vírus maldito, e trazer
o pão para casa, para sua família. Nem falo aqui das que toma todo o cuidado do mundo e frequentam suas "bolhas de proteção" do covid (expressão nova que temo que vá ficar conosco por um bom tempo). Falo aqui das muitas pessoas que resolvem sair, sem o menor cuidado, e se esfregar umas nas outras, crendo-se imunes, invencíveis. Claro que pensam assim: todo idiota pensa que é invencível. Mas além de imbecis, essas pessoas são desprovidas de qualquer empatia, posto que não se importam, aparentemente, de passar a doença para um vizinho, um amigo, um familiar que esteja mais debilitado fisicamente, e que pode não ter a sorte de ser assintomáticas como nosso criminosos transmissor. 

Bolsonaro é um criminoso com certeza; primeiro por estar associado com milícias e pela própria pessoa que é, em seguida por estar menosprezando a crise que o brasil enfrenta simplesmente porque não consegue aceitar estar errado. Mas para ele chegar lá, tivemos milhões de criminosos juntos, votando nele, aceitando seus desmandos, de fato até aplaudindo eles, porque estavam "ganhando". Como se a vida de um país fosse um jogo de futebol. E agora, eles continuam, com suas fake news, suas atitudes idiotas e sua total falta de caráter. E isso está causando mortes. 

O sangue de mais de 200 mil brasileiros está na mão de vocês que fizeram isso, não importa as mentiras que contem para si mesmos e para os outros. 


Um comentário:

  1. Infelizmente esta é a realidade, os culpados por essa crescente desgovernada de pessoas infectadas somos nós mesmos, enquanto população. O erro começou cedo, em 2018, quando elegeram Bolsonaro. Agora, repetem a dose saindo desprotegidos, para fluxos, praias, shows e demais eventos clandestinos...

    Triste!!!

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