segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Crônicas do Novo Normal: A Nostalgia Necrofílica da Arte



Não sei se vocês perceberam ou se importam, mas o youtube tem uma parte que mostra quais foram as músicas mais ouvidas durante um determinado ano. 

(Quer dizer, estou supondo que é a cada ano, eu só vi o de 2020. )

Enfim, eu estava olhando ali para ver se havia alguma música mais recente que eu pudesse gostar. recentemente eu entrei numa fase mais musical, e percebi que estava com gostos musicais um pouco, digamos retrógrados. A playlist anos 70/80 estava altíssima, a de coisas mais recentes bem baixa, e de repente um exemplo de banda recente para mim era o Maroon 5, e os caras começaram em 2001! Talvez fosse uma hora de renovação, sei lá. 

Qual não foi minha surpresa quando grande parte das músicas mais ouvidas em 2020 eram, justamente, de hits antigos? Ou isso, ou pessoas que estavam com uma estética mais retrô, como o The Weeknd com o álbum novo dele. De qualquer forma, não era bem o que eu esperava, mas foi algo que me deixou bastante empolgado. De fato, até me fez ouvir muito mais música que em anos anteriores; mas isso é algo que eu deixo para falar depois. 


Meu ponto agora é: Como estamos voltados para o passado! Eu pensei ser apenas eu, mas me parece que boa parte dos usuários de youtube também compartilham desta fome do passado, de arte musical do passado. Me pergunto por quê; e como sempre faço quando estou com uma pergunta em minha mente, conversei com Aline Garcia, minha parceira e guru nas horas vagas. No que ela me disse: 

- Às vezes as pessoas estão voltando para trás e tentando ver aonde que tudo deu errado! 

Concordei, e não parei de pensar nisso. Em como olhamos para trás, em coisas que antes considerávamos superadas, mortas, e agora encontramos algo novo, algo que nos conforte, nos console. Longe de mim falar mal disso - afinal de contas, como eu mesmo falei, meus gostos musicais são particularmente antiquados, não dispenso um bom best hits dos anos 70. Mas tem sempre algo estranho nesse posicionamento, como se estivéssemos com medo de encarar o presente, e talvez até o futuro mesmo. Eis algo para pensarmos a respeito. 

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