terça-feira, 28 de setembro de 2021

Crônicas do Novo Normal: You can't put your arms around a memory


Todos nós temos aquele momento, de vontade de rever seu passado, as cenas das quais fomos atores principais tempos atrás. Não é necessariamente reviver as memórias (até porque, o fato de você querer rever as coisas, não quer dizer que estas lembranças foram boas). é mais buscar rever para entender. Como se o passado fosse um filme que você assistiu uma vez, mas era novo demais para entender. 

Falo de todos nós, mas talvez eu esteja falando mais de mim mesmo que outra coisa. Pois veja, eu entrei recentemente neste review de mim mesmo, dos momentos que passei, e me vi numa situação inusitada, por precisar de um reforço para esta ação. Normalmente, quando se faz um flashback desses, você consegue conversar com uma ou outra pessoa que conviveu junto com você, naqueles dias do passado. Quanto mais não seja, é uma estratégia útil para relembrar partes que você esqueceu dessa vida pregressa.

No meu caso, esta é uma opção muito difícil: a maioria das pessoas com quem tive amizade anos atrás (estou dizendo aqui, da minha adolescência e afins), eu não converso muito ou perdi completamente o contato. Quer dizer, eu ainda tenho um grande amigo daqueles dias, mas a verdade é que uma pessoa só não é suficiente para reativar a velha memória. O que fazer então? 

Nesses momentos, eu percebo que os meus melhores amigos são as músicas, os livros, uma série/filme que eu assistisse naqueles dias. Esses são os meus amigos, e com eles eu converso dia sim, dia não. Acho que o mais diferente disso tudo é que eu não necessariamente preciso de uma música sobre um momento especial, como se ela fosse uma trilha sonora de algo. Hoje mesmo, por exemplo, eu estava ouyvindo uma banda (The Thrills), que eu ouvi certa vez, andando nas ruas de Belém e entrando em uma loja alternative de lá, chamada Na Figueiredo. Outra vez, eu resolvi assistir um filme que eu tinha visto só algumas cenas em um boteco qualquer, certa vez em 2015, quando eu tinha acabado de chegar em São Paulo e estava vagando sozinho pelas ruas. 

Ou seja, é menos as histórias das obras, que o fato delas terem estado comigo ali, naquele momento, e portanto acabarem sendo uma espécie de testemunhas do que eu vivi, do que eu passei naquele dia em específico. Mesmo coisas ruins, como eu disse a antes; faz-se necessário ás vezes um exorcismo básico de antigos demônios. 

E assim eu fico, algumas madrugadas, olhando para o teto e tentando lembrar de algumas coisas, ou esquecer de vez outras. 

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