terça-feira, 23 de março de 2021

Crônicas do Novo Normal: O S significa Esperança, não Horror

Luthor: Man of Steel 

Recentemente, alguém me falou que a Generosidade é o antídoto contra o Medo. E a verdade é que, à primeira vista. eu achei essa frase um tanto, bem, brega. Generosidade versus Medo? Calma lá, não estamos numa história de fábulas! Como poderíamos sequer pensar nisso num mundo como este, nestes clima, com as coisas desabando sobre nossas cabeças?

Então, pensei melhor e vi que quem estava sendo tolo era eu: PORQUE estamos vivendo neste mundo assim, é que pensamentos como os acima devem ser cultivados, preservados, expostos. Foi seguindo um pensamento como o meu anterior, de considerar ideias de mundos e pessoas melhores como tolices, que chegamos aonde chegamos. Ideias fixas espalham-se pela mente: Más ideias infectam a mesma, como um câncer. 

Se assim acontece, as formas de espalhar ideias são as armas mais poderosas na construção de uma sociedade, quaisquer que seja a mesma. Infelizmente, não creio que tenhamos feito um bom trabalho neste sentido de disseminar boas coisas. Mesmo em situações mais inocentes, a brutalidade e a sanguinolência são as principais mensagens passadas, pela TV, pelos livros. 

Recentemente, uma reedição do filme da Liga da Justiça foi exibida com relativo sucesso, e apresentou Um Superman sanguinolento, uma Mulher Maravilha assassina, um Batman sem piedade. Todos esses são apenas personagens de ficção, sem impacto? Talvez, mas eles são também, antes de tudo, sintomas: não mais nos apetece enquanto sociedade, consumir cultura pop que exiba mensagens mais suaves. Queremos o sangue, as vísceras, sem piedade. 

E como sabemos, essas coisas se refletem no mundo; e nem falo das crianças que potencialmente possam a vir assistir este filme (embora elas estejam, sim, na minha mente). Falo de como, mesmo em um entretenimento mais bobo, os reflexos da violência se mostram não como consequências, mas como única opção de ação. Quando pensamos em uma pessoa que nos atrapalha, possivelmente a primeira resposta que surja seja de natureza extrema. E é isso mesmo que queremos? 

Se conseguimos transformar um símbolo de esperança nos quadrinhos, em um outro que espelha a vingança e a brutalidade, o que esperar de nós mesmos em momentos mais extremos? 

Quem é o Homem do Amanhã que estamos construindo? 


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