quinta-feira, 10 de junho de 2021

Crônicas do Novo Normal: Glória ao Sol!

Arte original de Jojonah

Como já disse muitas vezes aqui, estes tempos mais difíceis tem sido uma provação para todos. De fato, um antigo hábito meu, que era o de ver as notícias do dia antes de começar meu trabalho, foi adiado indefinidamente, já que isso simplesmente me fazia sentir mais triste ou mais irritado logo no começo do meu dia. Com isso quero dizer, que a fuga da realidade virou menos uma preocupação, e mais um objetivo: quanto menos se soubesse do que estava ocorrendo ao redor, melhor. 

Contudo, não se pode fugir de tudo para sempre, ainda mais quando estamos numa situação ruim por mais de um ano. Assim, fui forçado a me informar sobre as coisas ao meu redor, nem que fosse para poder saber quando, afinal de contas, viria a vacina. Aqui em São Paulo as notícias eram um pouco mais alentadoras do que no resto do país, mas ainda assim enfrentamos (e ainda estamos enfrentando) grandes dificuldades, de ordem política , econômica e social. Não preciso dizer que a angústia voltou com tudo ao ficar sabendo disso, embora tivesse uma leve esperança, devido aos Butantan e as Coronavac da vida. 

Eis que surge Dark Souls

Para meus leitores que não são fãs de videogames, este é um jogo no playstation, conhecido pelo seu estilo característico de ação planejada , monstros extremamente difíceis de se vencer, e um clima absurdamente depressivo e derrotado. trata-se, afinal de uma história que se passa no fim de um mundo fantástico. Caminhamos muitas vezes, literalmente em cinzas de lugares e pessoas que se foram; enfrentamos monstros terríveis e grotescos; morremos e morremos e morremos diversas vezes. Em média, um jogador "morre" 636 vezes para poder zerar Dark Souls

É uma quantidade muito grande de game overs, e de fato nem todos curtem esse estilo punitivo de diversão. Já houveram até discussões se esses jogos deveriam ter um modo fácil (o que eu sou contra, embora com certeza deveria ter um "pause, que ele não tem). E muitos se perguntam qual a graça de jogar algo que você vai inevitavelmente sofrer para sequer avançar na história. 

Não posso falar pelos outros, mas para mim, jogar dark sousl me fez sumir um pouco do mundo, ao mesmo tempo que me permitia lidar melhor com as emoções que eu estava ( e estou) sentindo. vencer aquele mundo terrível, avançar por ele, encontrar os (poucos) parceiros que ajudam a superar obstáculos... a luta dentro do jogo tornou-se uma maneira de superar meus demônios internos, de certa forma. Cada monstro derrotado é um avanço da escuridão para a luz de uma fogueira, ou do próprio sol radiante da esperança.

Assim como eu, várias outras pessoas encontraram conforto e apoio em jogos, livros, músicas... Menos uma fuga, é uma terapia, suponho. 

Como, aliás, também são esta crônicas. Mas quem pode dizer que isto as faz melhores ou piores que outras coisas? 




Um comentário:

  1. Oi moço! Não te conheço mas gosto muito de ler suas crônicas! É isso kkkkkk.

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