terça-feira, 28 de abril de 2020

Crônicas da Cidade Pandêmica: Salvação virtual


Dizem que as pessoas tem suas formas de superação de sensações ruins das mais diferentes formas. Alguns gostam de música clássica, concertos de piano, etc. Outros buscam conforto em filmes de ação, dramas, séries de Netflix ou Amazon Prime....  Livros também são uma boa opção, ao menos para exercitar a mente um pouco (aqui também podemos apresentar como opção as cruzadinhas, eternas companheiras dos entendiados)

De minha parte faço tudo isso, e tenho dois gêneros especiais aos quais me devoto: o horror e o suspense. Já ouço alguns dizendo: mas que disparate, Alfredo! Por que não vê uma coisa mais leve, pra sorrir e relaxar? O que sua esposa (que caso vocês não saibam, tem verdadeiro pavor de filmes de horror, mas ama filmes de suspense) pensa disso? Você não fica ansioso além da conta, ainda mais com tudo isso que tem acontecido ao seu redor?

E lhes digo que não, na verdade me sinto bem relaxado. Primeiro porque acredito que ao me imergir nestes tipos de história, eu sinto a catarse de poder lidar com o horror lá de fora. Naquele momento, não é mais o meu foco o medo do dia-a-dia, e sim um zumbi ou monstro bobo na tela da TV. Ali, vendo ou jogando ou lendo, eu controlo aquela ansiedade, torno-a parte de mim, e posso delsigá-la a qualquer momento. Não estou à mercê do medo; ao contrário, sou um participante ativo e capaz de exercer minhas ações neste mundo. Só preciso entender as regras - algo que é bem mais fácil em mundos de horror e suspense que no mundo real.

Essa catarse deve vir para todos em algum momento. e em diferentes formas: alguns talvez busquem chorar com uma canção triste - e isso não é ruim, chorar na verdade faz bem para a alma, é um curador de corações feridos. Outros talvez busquem ação para agitar seus corações, dar-lhes forças contra o dia que tenta destruí-los - e isso também é válido, nestes tempos sinistros, tudo que nos der um pouco de forças a mais é mais do que bem-vindo. Tudo que puder nos salvar, que seja a aprtir desse momento algo sagrado, ao menos para você mesmo. Não recue à zombarias, arme seu melhor controle de videogame e vá lá matar aqueles monstros. Isso não é esquecer do mundo: é higienizar sua mente para as batalhas crueis do mundo real.

Um comentário:

  1. No meu caso, que não jogo vídeogame,digo-te: Santa NETFLIX,menino prodígio!

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