quinta-feira, 28 de maio de 2020

Crônicas da Cidade Pandêmica: Un jour, je serais de retour prés de tois



Um dia, eu voltarei ao seu lado.

Não falo de uma pessoa em específico. Ou talvez esteja falando, sim; de um grupo de pessoas, essas mesmas, que você pensou, quando leu essa frase acima. Já deixamos muitas pessoas na beira da estrada da nossa vida, não? E algumas, faz muito tempo já. Não me refiro aqui, às pessoas que infelizmente tiveram de ir por força maior: e nesses dias cinzas, elas tem sido tantas! Falo das pessoas que abandonamos mesmo, seja porque achamos não ter escolha, seja porque tinhamos total liberdade e escolha, e decidimos por não seguir adiante ao lado daquele determinado indivíduo.

Isso é, infelizmente, muito normal, não? Seguimos em frente em busca de algo, uma evolução talvez, ou mesmo uma forma de entender melhor o mundo; e nem sequer nos percebemos dos que deixamos para trás. Um amigo de infância, talvez; às vezes, um colega de escola que foi particularmente importante para sua vida. Talvez mesmo um parente: quem não teve um primo ou tio/tia que lhe incentivou a seguir um determinado caminho (ou a explorar um hobbie específico), e com quem não mais conversamos, porque a vida nos levou para um outro lado.

E isso é algo que a sociedade tende a normatizar. É  evidente, dizem as vozes das ruas, que você vai conhecer uma série de pessoas, e que depois você vai sumir da vida delas. Faz parte do processo de crescimento. Você aprendeu o que tinha que aprender com elas, e depois seguiu seu rumo, a pessoa também, e assim é a vida. esses são os dados lançados para estes tipos de relações. Muito fácil, nos dias de hoje, coisificar as amizades, enjaular uma conversa sem pretensões maiores entre dois indivíduos, em uma relação de trocas, de perdas e ganhos. É o que nos manda o Capitalismo: o que importa é você, não o outro. Sugue o que tem sugar, depois siga em frente.

E com isso, cometemos o crime maior de uima alma, que é perder a ternura. Sim, pois quando se perde esse calor interior, as maiores barbaridades são perdoadas, em prol de um ganho que pode ou não ser físico, e que nos fim das contas não serve de nada, pois de que vale ganhar o mundo e perder a alma? Por isso, eu afirmo, contra a corrente, contra o que nos dizem as vozes das ruas: Não esqueçam dos seus amigos. Não esqueçam dos que lhes aquecem o coração. Deste texto, eu lhes grito amigos: Um dia estaremos juntos novamente, e riremos, e choraremos, e não esqueceremos. Nunca esqueceremos. 



3 comentários:

  1. Lindo!!! No início do texto, senti q foi p/mim, mas no desenrolar da leitura, fui me liquidifazendo... Ñ podemos e nem devemos nos endurecer,jamais!!!

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  2. Não esqueçamos os amigos, não esqueçamos nossos amores, não esqueçamos os que nos são caros.Esqueçamos quem não vale uma noite de insônia,uma lágrima.Esqueçamos quem nunca lembrou de nós.

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