quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Crônicas do Ano do Tigre: É preciso sonhar.





Eu, tal qual muitos outros, aprendi a ler basicamente com quadrinhos. Turma da Mônica, como todo brasileiro, mas também um pouco de quadrinhos Disney, que nem sei se são publicados hoje em dia ainda. Li muito Mickey Detetive, Superpateta, Zé Carioca.... Depois vieram os quadrinhos de super-heróis, um hábito que tenho até hoje em dia: Homem-Aranha, Batman, X-men, Demolidor, Novos Titãs.... tudo isso, misturado com uma boa selete de quadrinhos italianos, como Tex, Zagor, e outros. 

Digo tudo isso, porque queria deixar claro que meu ponto de vista é bastante enviesado: antes de ser moda, eu era já um fã de coisas nerds, e até hoje em minha mente é possível encontrar pormenores de histórias que a maioria das pessoas nem se lembram. Essas histórias ficaram em minha mente, porque elas ressoaram dentro de mim, tal qual acontece com toda história que encontra seu público-alvo. É assim que a gente descobre o que gosta, não? Lemos/vemos algo que nos interessa, e aos poucos vemos que a história é menos sobre alienígenas, ou seres fantásticos, e mais sobre nós mesmos. Sobre quem somos na Luz e nas Trevas.

E me parece que é hora, de tentar buscar alguma coisa de esperança, para nós e para quem virá. é certo que o mundo é sombrio: tenho 34 anos e não consigo em lembrar nenhum ano que as coisas foram 100% tranquilas, sem preocupações ou perigos nas redondezas. A terra em que cresci, Belém do Pará, não é famosa por sua segurança ou justiça social: ao contrário, muitas coisas ruins aconteceram ali, como acontecem em todo mundo, de fato. Mas eu cresci, e não sou somente desesperança: também sou sonhos, amor, vontade de ver um futuro bacana. E grande parte dessas esperanças vieram da leitura - e como eu lia (e leio) muitos quadrinhos, veio dali também.

Mas não nos limitemos a esse meio: que venham livros, filmes, músicas, que nos ajudem a sonhar um pouco mais. É certo que o mundo está acabando: pelo menos o nosso mundo está. Mas, se houverem humanos neste próximo que chegará em 50, 100 anos, que deixemos algum legado além da dor e das sombras: que escrevamos histórias onde vemos as estrelas além do nosso céu, onde vencemos o inimigo invencível, onde a vitória traz o fim do sofrimento. Não podemos legar só horror para nossos filhos, porque não foi só isso que nos foi passado: há que passar também a esperança para eles cirarem dias melhores para si, quando sua hora chegar. 



Um comentário:

  1. É interessante como todo geração acha que o mundo está acabando, acho que desde o primórdio da civilização essa ideia já esteve presente.

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