quinta-feira, 18 de março de 2021

Crônicas do Novo Normal: It's a kind of magic


Recentemente escrevi sobre o poder das representações nos "produtos culturais" que temos ao redor dos filmes, músicas, livros, etc. Na ocasião, me detive em representações de povos, em como a dita cultura pop vê esses povos. Mas e outras questões mais diretas e banais, mais... constantes no dia-a-dia? Como enxergar essas questões? Qual a linguagem que é utilizada para o bem e para o mal nestes quesitos? 

A resposta, claro, é simples: Magia. 

Vivemos em um mundo mágico, se aceitarmos as palavras do dicionário Oxford: "O poder de aparentemente influenciar o curso dos eventos usando forças misteriosas ou sobrenaturais". Não consideraremos aqui o lado sobrenatural (embora ele seja prenhe de interpretações e coisas interessantes a se dizer), mas peguemos o lado misterioso, e ficará bem claro o quanto estamos presos em um mundo de magia. Porque a mente é a coisa mais misteriosa dentro da realidade humana, e nossa mente é diariamente afetada e conduzida para lados e questões que não necessariamente seriam nossa primeira escolha. 

Você duvida? Perfeito: quantas vezes você olhou uma propaganda de Coca-Cola e sentiu vontade de tomar? Ou talvez tenha sentido fome quando viu um comercial de lanches diversos? Não se engane: você está sendo manipulado, diariamente, por pessoas que não tem o melhor dos seus interesses em vista. E eu falei acima só de comidas: quantas ideias estão dentro da nossa cabeça, que  podemos ter certeza absoluta de não terem vindo de algum post de facebook, de alguma fala antiga de pais e mães, de um episódio numa série qualquer? 

Conforme disse Alan Moore, o Bruxo de Northampton: o mais próximo que temos de "magos" no mundo atual são artistas e , curiosamente, publicitários, a partir do momento que ambos produzem trabalhos que lidam com símbolos e imagens do nossos subconsciente, e que portanto afetam nosso próprio pensamento, nossas próprias ações. E no entanto, esse poder tem sido utilizado de forma extremamente nociva, quase maligna eu diria, para manipular massas em grandes ações de auto-extermínio, de aceitação de seu próprio fim. 

Esse é o problema. Qual a solução? 

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