quarta-feira, 3 de março de 2021

Crônicas do Novo Normal: Heróis para todos os públicos

Fonte: Bleeding Cool

No último 21 de Fevereiro, fez dez anos que Dwayne Mcduffie partiu deste plano rumo ao infinito, e não creio que ninguém se mexeu a respeito disso, exceto alguns amigos meus (aos quais eu dedico esta crônica, inclusive!). Pelo menos, não houve comoção no Brasil; o pranteado escritor e produtor está aos poucos sendo homenageado pela sua antiga editora, a DC Comics, com o relançamento do universo que ele ajudou a construir, décadas atrás. 

"Quem é Dwayne Mcduffie?", o leitor perdido pode estar se perguntando, e eu não o culpo: Ele não foi um nome muito divulgado entre os conhecedores casuais de quadrinhos, dirá entre pessoas que não tenham esse hobby. Contudo, ele com certeza foi um nome bem representativo: Além da já citada Milestone Comics, ele também foi produtor do desenho Super Choque, que muitos devem conhece de sua infância.

"E daí, Escriba?", diria o leitor ainda mais impaciente, e eu já o acalmo e chego em meu ponto. Este homem, bem como os que se juntaram a ele no projeto insano de conseguir dar mais representatividade aos marginalizados pelo mundo nerd, teve como projeto de vida falar disso. E neste mundo de agora, mais segregado do que pensávamos que seria em pleno 2021, representação é fundamental. Recentemente vimos a fome disso no público mais esquecido, quando Pantera Negra fez um marco cultural entre as pessoa, com todos imitando a saudação de Wakanda, a terra natal do herói. O ser humano, principalmente mais jovem, é um animal simbólico; e Mcduffie foi um dos maiores entendedores disso em seus trabalhos.

Fointe: Polygon

Mais do que uma representação qualquer, acho que o que mais se tem falta agora é algo orgânico; representação para diminuir o peso na consciência de uma empresa é irrelevante, porque os impactos são mínimos. Agora, se pensarmos uma produção cultural planejada diretamente como uma influência e representatividade para um público carente da mesma, aí sim temos um caminho bom. E a Milestone era especial justamente por fazer isso.

Como eu disse ali em cima, em breve os personagens da Milestone devem voltar às bancas: que tenham vida longa, e agitem a imaginação de mais uma geração que precisa tanto de representação nesta guerra cultural intensa, entre quadrinhos e balões de fala. Que venha logo, e que o sonho de Dwayne Mcduffie renasça nestes tempos tão, tão difíceis. Também é importante sonhar.    







 

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