sábado, 22 de agosto de 2020

Crônicas da Cidade Pandêmica: Fantasia Final, e Inicial.


Uma das coisas que é tema recorrente com meus amigos, familiares, e terapeuta, é o quato eu tenho a capacidade de me perder dentro de mim mesmo durante uma conversa qualquer. Não se trata de algo que eu faça de propósito (bem, talvez um pouco): simplesmente trata-se de uma espécie de defesa contra assuntos que me deixem um pouco mais  acuado, ou atormentado. E um pouco também porque eu me entedio Às vezes, mas isso é assunto para OUTRA crônica.... 

Enfim, umas das muitas coisas que me fazem viajar dentro da minha própria cabeça é uma boa história, e talvez por tradição, em geral uma história de fantasia tende a me levar pra longe. Quando digo isso, quero dizer que qualquer que seja o meio por onde essa história é transmitida (jogos, livros, filmes, etc), é ali que eu fixarei -embora eu confesse que livros e jogos são os métodos que mais me prendem a atenção esses dias. 

Fantasia é um gênero que está comigo desde muito cedo, curiosamente, começando com lendas e mitos gregos. Havia, por muito tempo, um esforço no Brasil por se divulgar estas ficções, e fui afortunado de ler livros com histórias gregas adaptadas por Luiz Galdino, e alguns outros ainda mais antigos, com nomes que infelizmente não saberei lembrar agora, mas que envolviam, com certeza, Monteiro Lobato. 

Depos vieram os jogos, os rpgs de videogame. Ali eu senti minha mente se abrindo, como aliás deve ter acontecido com todos os amigos nerds do começo dos anos 2000, final da década de 90. Foram tantas histórias acontecendo ali; foi acima de tudo uma época de outro para emulação de jogos mais antigos, então eu pude ter acesso a jogos de RPG do Nintendo e Super Nintendo, além de jogar nos PSX de locadoras escusas ao redor da minha vizinhança. Foi a época dos Final Fantasy, ou "os jogos que me fizeram aprender a ler em inglês". 

Em matéria de livros de fantasia não-grega, eu sou um fã confesso de Senhor dos Aneis, e mais de uma vez me afundei no volume ùnico da Martin Claret. Foi meu portal de entrada em drogas mais pesadas: se hoje tenho uma quantidade proibitiva de se carregar  por aí, de livros fantasiosos, devo a Senhor do Aneis. Os filmes também, embora eu tenha lido os livros antes de ter a oportunidade de vê-los. 

Em tempos como estes, acho que a fantasia tem muito a dizer. Alguém disse, em algum lugar, que a utopia é necessária, quanto mais não seja, para que possamos tentar chegar nela, e alcançar um mínimo de felicidade que seja. E  quando olhamos as coisas terríveis que tem acontecido, vemos o poder que ideias, mesmo nocivas, tem em cima das pessoas. Sendo assim, por que não tentarmos plantar ideias boas? E que terreno mais fértil, mais produtivo, que o da fantasia? Acho que podemos nos surpreender com os resultados. 


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