Fonte: Globosat |
Já contam agora 5 meses desde que a quarentena começou pra valer com a gente aqui em casa, e acho que quase isso para toda a população de São paulo, quer eles a cumpram ou não. Sou uma pessoa do grupo de rsico, e medroso; ademais, minha esposa quase teve um ataque de pânico na última vez que saímos fora do condomínio para comprar mantimentos (a saber, 30 de março). De sorte que tenho passado esses dias aqui mesmo, no glorioso Ilhas Gregas, um lugar aprazível, e com um espaço interno grande o suficiente para algumas poucas caminhadas e um rápido banho de sol, já que aqui na terra da garoa, os tempos tem sido mais de inverno nublado que outra coisa.
Um inverno, diga-se, típico dos tempos de aquecimento global: nada mais que um dia razoavelmente morno, e nublado, com ventos frios pela noite. Para meus conterrâneos de Belém do pará, é muito provável que eu pareça estar reclamando de barriga cheia, afinal à noite fazem 17 graus, coisa que eu creio só acontecer em Belém quando alguém esquece o ar-condicionado ligado. Apesar disso, posso garantir a vocês: quando cheguei por aqui, no já longínquo ano de 2015, o frio era beeem mais frio.
Curiosamente, foi pensando desta forma, nesta mesma corrente de raciocínio, que senti-me de repente triste por não poder ver as ruas. Sei que parece besteira, e também que não parece ter nada a ver: contudo, eu costumava andar muito pelas ruas de São Paulo nestes dias mais frios, perder-me em algum canto, pegar ônibus aleatórios, descobrir novos cantos. Não me entenda errado, foram dias sombrios também, com um homem aos poucos aprendendo que tinha depressão. Mas houveram momentos bons, que pude depois partilhar com pessoas queridas, demonstrando um conhecimento inesperado de caminhos a seguir pela cidade que adotei.
Justamente por isso, pela saudade da cidade que adotei, resolvi cair no que parece ser uma nova mania no youtube: vídeos de pessoas dirigindo por aí, mostrando como estão as ruas na quarentena. Fui humilde, e apenas busquei os caminhos de Sampa, e de Belém do Pará (um vídeo que, diga-se, estava temperado com uns bons bregas!). Mas existem vários vídeos pelo site, de Londres, Nova York, Nilo.... tudo ali, ao alcance do que o espectador desejoso de escapar do seu apartamento/casa quiser.
Nessa veia, existe também o Brasil visto de cima, ou o Mundo visto de cima todos exemplares diretos desta modalidade que tenho chamado de "viagem no sofá". Em dias tão horríveis, quando cada manhã somos bombardeados com notícias ruins, e agressões à nossa fé na humanidade, tem sido reconfortante assistir com Aline essas paisagens, e tentado lembrar que o mundo, em si, é belo.
Nós é que somos a parte ruim dele, a parte que machuca ao seu redor, e que ainda se regoijiza com isso.
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