Dia 22 de Dezembro veio, e junto com ele meu aniversário de casamento com Aline Garcia, minha companheira de lutas, tretas e sonhos desde até antes da nossa união oficial. A cerimônia aconteceu em 2018, em Santos, e foi um dia quente demais até par aos padrões de uma cidade praiana. O caos aconteceu por todo lado: Além do calor, precisamos acertar de última hora um bolo que teimava em não chegar a tempo, além do noivo (este que vos fala) ter esquecido a própria calça do terno do casamento; então toca buscar uma loja que alugasse uma calça para eu usar junto com o blazer e poder me casar, enquanto Aline esperava pacientemente na igreja (anglicana, porque somos um casal que se recusa a seguir padrões ao pé da letra). Acho que talvez ela tenha sido a primeira noiva que chegou na hora e teve que esperar o noivo atrasado (em uma hora!).
Desde então, é claro que resolvemos comemorar nosso aniversário de casamento de maneiras diferentes, e assim foi em 2019; contudo, 2020 nos apresentou o desafio de organizarmos uma comemoração em meio a uma pandemia. Claro estava que não podíamos sair de casa para ir comer em lugar nenhum: diferente de tantos que esbravejam nas redes sociais sobre a necessidade do isolamento e depois saem para beber e comer hambúrguer como se nada estivesse acontecendo, nós estamos realmente nos resguardando e em isolamento. Mas é claro que precisávamos comer-morar, afinal, para um casal "gourmet" como somos(leia-se: fãs de comida), o ato de comer algo mais chique é essencial para ressaltar a importância da data.
Assim, tivemos que encontrar a saída da entrega, e deixe-me dizer que isso hoje em dia é algo um tanto cheio de suspense aqui em São Paulo. Sim, pois está acontecendo de alguns entregadores fingirem que deixaram seu pedido, e simplesmente sumirem com a comida. Já me aconteceu uma vez e foi bastante incômodo, para dizer o mínimo; assim, aguardei apreensivo pela chegada da comida, e quando o tempo de chegada passou dois minutos do estipulado, já estávamos preparados para ligar e reclamar quando toca nosso interfone: era o entregador. Fim do suspense.
Os pratos (que foram fetuccines ao molho pomodoro e quatro queijos, respectivamente) foram devidamente organizados na mesa, e então abrimos um vinho relativamente barato comprado no supermercado, brindamos e comemos. Mas ao fim das contas, o prato, e a bebida, importavam menos que a companhia de minha esposa, que a parceria dela durante estes dias tão difíceis, quando o choro vinha do nada e ela me consolava (e eu a ela); quando demos forças um ao outro em problemas pessoais e profissionais; quando rimos de vídeos bobos da internet ou quando ela ficou me observando jogar enquanto lia um livro de Raquel de Queiroz.
Me parece que o casamento é isso: companheirismo através dos tempos bons e ruins. e nem precisa, necessariamente, ser algo imposto por igreja nenhuma: é simplesmente algo que ocorre quando duas almas resolvem se unir contra o mundo, e criar juntas um mundo próprio onde possam repousar e reenergizar. Onde um aprende com o outro, todo dia, sempre surpreendidos com algo que não imaginava do parceiro. Sou muito sortudo de estar em algo assim, sei bem disso; espero que todos que me leiam estejam, também, em algo tão recompensante e mágico quanto o que vivo e que descrevi.
Esses dois anos de casados e quase cinco de nosso início de relacionamento têm sido marcados pelo nosso companheirismo, pelas nossas piadas -mais suas que minha-, pela luta diária e por um amor que se aprofunda nesse nosso dia a dia. Amo vc, neguinho��
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