sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Crônicas do Novo Normal: Pés de Barro




Essa semana, um grupo de pessoas apoiando um homem rico a  se manter no poder tentaram tomar de assalto o congresso dos EUA. 4 pessoas morreram por causa disso. E pelo quê? Toda uma vida de sonhos, batalhas, sorriso, terminadas abruptamente, por uma causa que nem vale a pena. Uma luta travestida de ideais que na verdade só se importa com vencer um inimigo inexistente.

Infelizmente, o problema não é só nos EUA, e na verdade, sendo bem justo, nem sequer se limita à questão política: as pessoas em geral tem se dedicado demais a questões que simplesmente não tem qualquer valor além de algo efêmero. Não saberia dizer o motivo exato disso, mas posso dizer que com certeza é um fenômeno antigo. Antes de se atracarem em questões polítiquentas (que são diferentes de questões políticas, já que política se faz a qualquer momento do seu dia), as pessoas idolatravam ainda mais o capital; antes disso, a religião, e por aí vai. 

É realmente como se a grande massa precisasse de uma espécie de guia para seus ímpetos. Ou talvez, seja a necessidade de alguém que justifique seus instintos. Nunca devemos nos esquecer que ao fim e ao cabo, somos animais ainda. Mentes desenvolvidas, mas com pé no passado primal. A grande luta da humanidade tem sido superar essa animalidade ancestral, mas talvez nem estejamos enfrentado isso com a força necessária. Basta olhar nos jornais, e veremos retratos claros de indivíduos que se renderam aos seus caprichos bestiais. 

E no entanto, eu acredito firmemente que nós, como espécie, podemos superar este lado brutal, hediondo, e lembrar-nos do que nos faz ascender, do que nos levou à maravilhas. O termo Humanidade, hoje em dia, é quase uma paródia do que deveria ser: nosso piores excessos tornaram-se a regra, e não a exceção. Eu creio que podemos superar esses horrores, e construir um mundo melhor sem ídolos de pés de barro, mas com base na centelha divina dentro de nós mesmos. 

Se o mundo está desse jeito que está, a culpa é de um esforço conjunto nosso, humano, para deixar ele assim. Se ele for consertado, está claro, terá de ser através do mesmo esforço conjunto. Mas como fazer isso? Qual o caminho? Longe de mim me apontar como o guru para curar o mundo: esse é um papel que só uma pessoa fez certa vez, e ainda penduraram o coitado numa cruz a marteladas. No entanto, se todos nós olharmos um pouco para os nossos dias, acho que dá poderemos ver um padrão bem claro. 

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